Hoje a Paula Guimarães, do Portal Catarinas , junto com o Intercept Brasil , publicou um novo capítulo da saga “como a direita trata crianças que já nasceram”.
A promotora Mirela Dutra Alberton, do Ministério Público de Santa Catarina, foi uma figura crucial (em conjunto com a juíza Joana Ribeiro Zimmer) na prisão da menina de 11 anos num abrigo para impedir que ela pudesse abortar, como era sua vontade — e seu direito. Finalmente, a menina conseguiu abortar. E a extrema-direita do país decidiu continuar a persegui-la.
No dia 24 de junho, a promotora mandou a polícia recolher os restos fetais no hospital universitário onde o aborto foi realizado para uma necrópsia. Não há o que investigar. A menina não fez nada de ilegal. Desde 1940 (faz 82 anos!) o Código Penal permite o aborto em caso de estupro. A menina tinha 10 anos quando engravidou, o que configura estupro de vulnerável. Se for verdade que quem a estuprou foi um menino de 13 anos (isso sim ainda está sendo investigado, para não haver possibilidade de acobertar o crime de um adulto), ele e inimputável, por ser menor de idade, mas segue sendo estupro de vulnerável . A autoria de um crime não muda o crime.
A ação da promotora é mais uma tentativa desesperada de criminalizar um aborto que é permitido por lei. E mais um passo para continuar atacando uma menina de 11 anos (e sua mãe) que já passou por vários traumas.
A deputada federal Sâmia Bomfim comunicou no twitter que, junto à bancada do Psol, incluiu na “representação no CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público] contra a promotora Mirela Dutra, do caso da menina de 11 anos de SC, [que] apure também a ordem de busca policial pelo feto, após o processo de aborto legal. Basta de violência misógina contra essa criança”.
A deputada federal Sâmia Bomfim comunicou no twitter que, junto à bancada do Psol, incluiu na “representação no CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público] contra a promotora Mirela Dutra, do caso da menina de 11 anos de SC, [que] apure também a ordem de busca policial pelo feto, após o processo de aborto legal. Basta de violência misógina contra essa criança”.
Sabemos que a preocupação dos “pró-vida” é apenas com quem ainda não nasceu. Crianças de 9, 10, 11 anos, para eles, devem servir seu papel de incubadoras. Ou morrer se prosseguirem com a gestação ou serem presas se conseguirem abortar.
O post “PROMOTORA CONTINUA PERSEGUINDO MENINA DE 11 ANOS QUE ABORTOU” foi publicado em 26th julho 2022 e pode ser visto originalmente na fonte Escreva Lola Escreva