Ontem à tarde acabou em Floripa o campeonato panamericano de xadrez para senior (entre 50 e 64 anos) e veteranos (65 anos pra cima, ou pra quem faz 65 até o final deste ano). E o Silvinho ganhou o torneio e foi campeão! Estou nas nuvens!
Com essa conquista inédita em sua carreira de quase 52 anos de xadrez, Silvio conseguiu também o título de Mestre Internacional, que é vitalício.
Publico a homenagem de seu grande amigo Wagner Madeira, também enxadrista, também de Osasco, SP (aí na foto com o Silvio).
Publico a homenagem de seu grande amigo Wagner Madeira, também enxadrista, também de Osasco, SP (aí na foto com o Silvio).
Sílvio Cunha Pereira é o mais novo mestre internacional brasileiro. Aos 64 anos, sagrou-se campeão panamericano sênior, em Florianópolis, ao empatar a nona e última rodada. Invicto, com cinco vitórias e quatro empates.
Há mais de cinquenta anos Sílvio tem se destacado no cenário enxadrístico nacional. Quando desponta, no início dos anos de 1970, era um dos melhores enxadristas infantis do Brasil, ombreando na época figuras de proa como Herbert Carvalho, Rubens Filguth, Cícero Braga e os Jaimes, Chaves e Sunyê.
Há mais de cinquenta anos Sílvio tem se destacado no cenário enxadrístico nacional. Quando desponta, no início dos anos de 1970, era um dos melhores enxadristas infantis do Brasil, ombreando na época figuras de proa como Herbert Carvalho, Rubens Filguth, Cícero Braga e os Jaimes, Chaves e Sunyê.
Desde cedo, seu estilo agressivo, de jogador de ataque, lhe conferiu o respeito de quem quer que fosse no país. Ganhava com frequência partidas memoráveis dos mestres brasileiros Hélder, Rocha, Herman e Segal. Respeitado e temido. Para nós de Osasco, era a nossa marca, nossa bandeira desbravadora. Era o “Silvão”, osascão como nenhum outro.
Se havia um mate a ser desvendado, um diagrama, lá estava ele a descobrir a solução mais elegante e surpreendente. O tempo foi passando, veio o amadurecimento do seu jogo. Passa a saber onde colocar as peças, de acordo com o que pedia a posição, seja no meio-jogo ou no final. Já era, em suma, um mestre, faltava-lhe apenas a formalidade do título da federação.
Se havia um mate a ser desvendado, um diagrama, lá estava ele a descobrir a solução mais elegante e surpreendente. O tempo foi passando, veio o amadurecimento do seu jogo. Passa a saber onde colocar as peças, de acordo com o que pedia a posição, seja no meio-jogo ou no final. Já era, em suma, um mestre, faltava-lhe apenas a formalidade do título da federação.
Fiel como ninguém às suas convicções, nunca se preocupou demais com as aberturas, para o horror dos jogadores atuais, obsessivos em acertar uma “prep”. Nesse quesito, seu repertório pouco mudou, na certeza que a verdade é buscada no tabuleiro e não nas enciclopédias ou bancos de dados dos computadores.
Não é exagero dizer que, em sua exitosa carreira, construiu uma filosofia do jogo de xadrez. Exuberantemente tático quando jovem, vai amadurecendo com o tempo uma compreensão maior, estratégica em toda a linha. Despontam, em suas partidas, a beleza e a harmonia clássicas, em que as partes se conjugam de forma magistral na configuração do todo das 64 casas. É assim que compreende o jogo, como enxadrista e professor.
Ganhou todos os títulos possíveis por equipes representando Osasco. Faltava-lhe um título individual de peso. Esse dia, finalmente chegou, mestre Sílvio. Ninguém merece mais do que você.
Na velhice, quando naturalmente os enxadristas perdem rendimento, Sílvio segue jogando em alto nível. O tempo lhe trouxe sabedoria. Foi e continua sendo um exemplo para todos nós, velhos e novos enxadristas de Osasco e do Brasil. A História registra seu maior feito hoje, 26 de junho de 2022.
Na velhice, quando naturalmente os enxadristas perdem rendimento, Sílvio segue jogando em alto nível. O tempo lhe trouxe sabedoria. Foi e continua sendo um exemplo para todos nós, velhos e novos enxadristas de Osasco e do Brasil. A História registra seu maior feito hoje, 26 de junho de 2022.
Mas tudo começou lá atrás. De calças curtas, óculos fundo de garrafa (nada mais clichê para um enxadrista…), inábil para jogar futebol no período do tricampeonato mundial em 1970, teimou buscar em outra arte seu espaço de criação, ao trocar os campinhos pelos tabuleiros, num cenário improvável, a suburbana e operária Osasco.
A felicidade, muitas vezes, é algo impalpável, fugaz. Mas não nesse caso, o título conquistado coroa uma carreira de sucesso e é vitalício. Todos que tiveram a ventura de conhecê-lo, sejam como companheiros de clube de xadrez ou de equipe, alunos ou adversários, de algum modo torceram por ele na longa trajetória de meio século. Sabem que ele merece. É de se supor que estejam todos rindo e comemorando, a uma só voz: o provecto Sílvio Cunha Pereira é o mais novo mestre internacional de xadrez!
Silvio em Detroit, EUA, dando uma simultânea em 2008
O post “SILVIO É CAMPEÃO PANAMERICANO VETERANO DE XADREZ!” foi publicado em 26th julho 2022 e pode ser visto originalmente na fonte Escreva Lola Escreva