O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,78% em dezembro, 0,39 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de novembro (1,17%).
Com isso, o IPCA-15 fechou 2021 em 10,42%, maior acumulado no ano (em dezembro) desde 2015 (10,71%). Em dezembro de 2020, o IPCA-15 foi de 1,06%.
O IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 3,18% para o período de outubro a dezembro.
O processo de mudança do Datacenter do IBGE, iniciado na sexta-feira (17) e ainda em andamento, impediu a disseminação das seguintes informações do IPCA-15/IPCA-E: acumulado no ano/12 meses para as localidades, pesos dos subitens nos resultados regionais e texto com análise do resultado mensal por localidade. Essas informações serão divulgadas tão logo o Datacenter do IBGE retorne à normalidade.
Dezembro de 2021 | 0,78% |
Novembro de 2021 | 1,17% |
Dezembro de 2020 | 1,06% |
Acumulado do ano | 10,42% |
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em dezembro. Apenas Saúde e cuidados pessoais (-0,73%) e Educação (0,00%) não registraram aumento no mês.
O maior impacto (0,50 p.p.) e a maior variação (2,31%) vieram mais uma vez dos Transportes, que encerraram o ano com alta acumulada de 21,35%. Na sequência, vieram Habitação (0,90%) e Alimentação e bebidas (0,35%), que contribuíram com 0,15 p.p. e 0,07 p.p., respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o 0,15% de Comunicação e o 1,19% de Artigos de residência.
Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto | Variação Acumulada (%) |
|||
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(p.p.) | ||||||
Outubro | Novembro | Dezembro | Dezembro | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 1,20 | 1,17 | 0,78 | 0,78 | 3,18 | 10,42 |
Alimentação e bebidas | 1,38 | 0,40 | 0,35 | 0,07 | 2,14 | 8,68 |
Habitação | 1,87 | 1,06 | 0,90 | 0,15 | 3,88 | 14,67 |
Artigos de residência | 0,53 | 1,53 | 1,19 | 0,04 | 3,28 | 12,18 |
Vestuário | 1,32 | 1,59 | 1,10 | 0,05 | 4,06 | 9,83 |
Transportes | 2,06 | 2,89 | 2,31 | 0,50 | 7,44 | 21,35 |
Saúde e cuidados pessoais | -0,01 | 0,80 | -0,73 | -0,09 | 0,05 | 3,46 |
Despesas pessoais | 0,77 | 0,61 | 0,51 | 0,05 | 1,90 | 4,61 |
Educação | 0,09 | 0,01 | 0,00 | 0,00 | 0,10 | 2,62 |
Comunicação | 0,34 | 0,32 | 0,15 | 0,01 | 0,81 | 1,04 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
O resultado do grupo Transportes (2,31%) foi influenciado principalmente pela alta nos preços dos combustíveis (3,40%) e, em particular, da gasolina (3,28%), que contribuiu com o maior impacto individual (0,21 p.p.) no índice do mês. Além disso, os preços do etanol (4,54%) e do óleo diesel (2,22%) também subiram, embora as variações tenham sido menores que as do mês anterior (7,08% e 8,23%, respectivamente).
Os preços dos automóveis novos (2,11%) e usados (1,28%) seguiram em alta, contribuindo com um impacto conjunto de cerca de 0,09 p.p. no IPCA-15 de dezembro. Outro destaque foram as passagens aéreas (10,07%), que voltaram a subir após o recuo de -6,34% observado em novembro.
No grupo Habitação (0,90%), a maior contribuição veio da energia elétrica (0,96%), cujo resultado ficou próximo ao do mês anterior (0,93%). Desde setembro, está em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Além disso, foram aplicados reajustes tarifários em: Brasília (3,81%), com reajuste de 11,69%, em vigor desde 22 de outubro; Porto Alegre (3,15%), com reajuste de 14,70% em uma das concessionárias, a partir de 22 de novembro; Goiânia (2,63%), com reajuste de 16,37%, vigente desde 22 de outubro; e São Paulo (0,27%), com reajuste de 16,44% em uma das concessionárias, a partir de 23 de outubro.
Ainda em Habitação, a variação positiva da taxa de água e esgoto (0,89%) é consequência dos reajustes de 9,86% no Rio de Janeiro (8,09%), em vigor desde 8 de novembro, e de 9,05% em Salvador (4,41%), vigente desde 29 de novembro.
O gás encanado (2,58%) também subiu, decorrente dos reajustes de 6,90% no Rio de Janeiro (4,06%), aplicado a partir de 1º de novembro, e de 17,64% em São Paulo (2,28%), a partir de 10 de dezembro. Por fim, cabe ressaltar o resultado do gás de botijão (0,51%), cujos preços subiram pelo 19º mês consecutivo, acumulando, em 2021, alta de 38,07%.
A alta de 0,35% em Alimentação e bebidas se deve principalmente à alimentação no domicílio (0,46%). A maior contribuição individual veio do café moído (9,10%), que acelerou em relação a novembro (4,91%). Além disso, os preços das frutas (4,10%) e das carnes (0,90%) subiram em dezembro, após os recuos do mês anterior (de -1,92% e -1,15%, respectivamente). Ressalta-se, ainda, a alta da cebola (19,40%), que já havia subido 7,00% em novembro.
No lado das quedas, os destaques foram o tomate (-11,23%), o leite longa vida (-3,75%) e o arroz (-2,46%).
A alimentação fora de casa, por sua vez, variou 0,08%. Por um lado, houve alta de 1,62% no subitem refeição. Por outro, recuo de 3,47% nos preços do subitem lanche, que contribuiu com o segundo maior impacto negativo (-0,06 p.p.) no IPCA-15 de dezembro.
O único grupo com queda em dezembro foi Saúde e cuidados pessoais (-0,73%). A variação negativa ocorreu por conta dos itens de higiene pessoal (-3,34%), em particular o perfume (-9,82%), os produtos para pele (-8,70%) e os artigos de maquiagem (-4,71%).
No que concerne aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em dezembro. A maior variação foi registrada na região metropolitana de Salvador (1,13%), enquanto o menor resultado ocorreu na região metropolitana de Belém (0,32%).
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | ||
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Outubro | Novembro | Dezembro | Trimestre | ||
Salvador | 7,19 | 1,10 | 1,47 | 1,13 | 3,75 |
Porto Alegre | 8,61 | 1,20 | 1,15 | 0,97 | 3,36 |
São Paulo | 33,45 | 1,34 | 0,95 | 0,86 | 3,18 |
Recife | 4,71 | 1,04 | 1,23 | 0,85 | 3,15 |
Curitiba | 8,09 | 1,58 | 1,22 | 0,79 | 3,63 |
Brasília | 4,84 | 0,87 | 1,34 | 0,78 | 3,02 |
Goiânia | 4,96 | 1,00 | 1,86 | 0,69 | 3,59 |
Rio de Janeiro | 9,77 | 1,22 | 1,20 | 0,63 | 3,08 |
Belo Horizonte | 10,04 | 1,17 | 1,34 | 0,54 | 3,08 |
Fortaleza | 3,88 | 1,03 | 1,35 | 0,47 | 2,88 |
Belém | 4,46 | 0,51 | 0,76 | 0,32 | 1,60 |
Brasil | 100,00 | 1,20 | 1,17 | 0,78 | 3,18 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de novembro a 13 de dezembro de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de outubro a 12 de novembro de 2021 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Impactos da mudança do Datacenter sobre a divulgação do IPCA-15/IPCA-E
O processo de mudança do Datacenter do IBGE iniciado na sexta-feira (17), e ainda em andamento, impediu a disseminação das seguintes informações do IPCA-15/IPCA-E:
– Acumulado no ano/12 meses para as localidades;
– Pesos dos subitens nos resultados regionais;
– Texto com análise do resultado mensal por localidade.
A migração para o novo Datacenter foi necessária para garantir benefícios técnicos, funcionais, operacionais e estratégicos ao IBGE. Assim que a mudança for concluída, o Instituto informará a normalização das rotinas e divulgará prontamente os indicadores pendentes.
Fonte
O post “IPCA-15 tem alta de 0,78% em dezembro e fecha ano em 10,42%” foi publicado em 29th dezembro 2021 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte IBGE – Agência de Notícias