O pior governo de todos os tempos segue firme no seu projeto de destruir a educação. 2020 já foi o ano com o menor número de inscrições desde a criação do Enem. Agora, faltando menos de duas semanas para o exame nacional mais importante, dezenas de servidores do INEP pedem demissão, sabendo que a ideologia reacionária irá interferir na avaliação.
O genocida, por sua vez, ri da cara de estudantes e professores: diz que o Enem está ficando com a sua cara . Qual cara seria essa? A do negacionismo? A da anti-ciência? Da terra plana? Da teocracia? De mais completa ignorância?
Reproduzo o texto indignado do coletivo Juntos !
Faltando 12 dias para a realização do ENEM 2021, somos surpreendidos por um pedido de demissão de mais de 30 servidores do INEP, órgão responsável por desenvolver e aplicar o maior exame do país. Dentre esses servidores, ao menos 29 deles estavam ligados ao ENEM, e ao menos 22 deles eram coordenadores do exame.
Em sua carta de demissão, os servidores denunciam uma “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do INEP”, dirigindo a crítica à atual gestão de Danilo Dupas como presidente do órgão. Além disso, os funcionários relataram uma relação hostil no ambiente de trabalho, com assédio moral de seus superiores e perseguição aqueles que criticam seus métodos de censura.
O governo Bolsonaro desde sua posse em 2019 tem como sua prioridade o ataque e o desmonte da educação pública brasileira. Isso não é à toa. O setor da educação não dá espaço para seu projeto retrógrado. Nas palavras de Milton Ribeiro, atual ministro da Educação, as universidades devem ser espaço apenas para uma elite , numa falaciosa polarização entre ensino técnico e ensino superior, dizendo que o primeiro deve ter prioridade em relação ao segundo para gerar mais empregos. Sabemos que o projeto que representa o governo Bolsonaro pertence a uma burguesia que apresenta um futuro de empregos precarizados para gerar mão de obra barata à juventude da classe trabalhadora, sem que tenhamos oportunidade à educação de qualidade.
Milton Ribeiro esquece de dizer que as escolas técnicas, como os Institutos Federais, também estão sendo atacados por seu governo. O corte bilionário na educação feito em 2021 também afetou os IFs, especialmente a expansão para cidades no interior e regiões periféricas, tendo obras paralisadas sem perspectiva de retorno.
O último ENEM foi considerado o mais desigual da história, com evasão superior a 50%, tendo ainda em 2021 apenas 11% dos inscritos se autodeclarando pretos. Essa é a materialização de um processo de negação do direito à educação. Num momento em que cresce o número de bilionários que expandem seus lucros e enviam dólares ao exterior, crescem também os que passam fome e estão vivendo sob piores condições de vida. Precisamos ter a convicção de que o desmonte da educação é parte da necessidade de servir a um projeto de ampliação da exploração à classe trabalhadora mais precarizada, tendo a juventude como alvo e refém de salários mais baixos.
Mas nós viemos de longe e não calaremos diante desses ataques. Em 2022, faremos dez anos da Lei de Cotas, que transformou as universidades públicas e permitiu que a juventude preta pudesse também ter acesso a um espaço que sempre pertenceu apenas a uma elite branca. Lutamos muito para chegar até aqui, especialmente aqueles que são os primeiros das suas famílias a ingressar na universidade pública, e não permitiremos que sejamos a última geração. Precisamos garantir a existência do ENEM, mas também avançar na luta contra o desmonte da educação, um plano de combate à evasão escolar nas escolas e universidades, pela recomposição orçamentária e por um plano de assistência estudantil que reflita a atual realidade que estamos vivendo.
Enem fica, Bolsonaro sai!
Não aceitaremos censura!
Não tirarão nosso direito de estudar!
O post “ENEM FICA, BOLSONARO SAI” foi publicado em 17th November 2021 e pode ser visto originalmente na fonte Escreva Lola Escreva