Não precisamos voltar muito no tempo para falar de usinas hidrelétricas construídas à revelia dos moradores e das pesquisas científicas que indicavam seu fracasso. Afinal, Belo Monte não está distante nem uma década. A escolha deliberada por grandes projetos hidrelétricos com enormes custos socioambientais é bem mais antiga e a hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, é uma parte dessa história.
Construída na década de 1970, a estrutura obrigou a realocação de mais de 70 mil pessoas que viviam na área que seria alagada com o barramento do rio São Francisco. Com um governo militar autoritário no poder, o processo deixou muitas feridas. E é exatamente para falar dessas cicatrizes que os cineastas Marília Hughes e Cláudio Marques acompanharam a história de Dona Pequenita, a única das 73 mil pessoas que retornou para morar na cidade-fantasma de Pilão, e de três assistentes sociais que foram responsáveis por convencer a população a sair.
O resultado é o filme Sobradinho , que pode ser visto na 10ª Mostra Ecofalante de Cinema . Um filme sensível, tocante, mas que, ao mesmo tempo, nos causa um estrondoso incômodo por revisitarmos uma história recheada de contradições.
((o))eco – Eu queria começar pedindo para vocês contarem um pouco da origem do filme. Porque vocês escolheram filmar Sobradinho? E por que desta forma, com estes personagens?
Marília Hughes: As coisas foram acontecendo não tão premeditadas, mas foram realmente encontros. Primeiro, um encontro nosso com o material de arquivo que mostra a relocação e a retirada dos ribeirinhos da região que seria inundada pelas águas do São Francisco [para a construção da hidrelétrica de Sobradinho]. Na verdade, estávamos pesquisando para um outro filme que a gente fez, sobre uma antiga sala de cinema lá em Salvador. Aí no processo de pesquisa a gente achou esse rolo [de filme], que estava como não identificado, sem os devidos cuidados e proteção. Começamos a projetar o material e ver o que existia naquele local. A gente achou impressionante! Por mais que houvesse toda uma organização da cena, o diretor organizou enquadramento… de fato tinha uma realocação imensa acontecendo, milhares de pessoas sendo removidas, com todos seus pertences, seus animais domésticos e era tudo muito forte. Isso nos fez repensar sobre essa história, que faz parte da história do Brasil e, particularmente, acontece no estado da Bahia que é onde a gente mora.
Cláudio Marques: Ao mesmo tempo eu me senti muito agredido pelo cinejornal. Porque tinha a voz oficial e a voz oficial era muito contrastante com as imagens. A gente sentiu muita necessidade de pesquisar o que de fato estava acontecendo.
Marília Hughes: Uma imagem que mostrava um sofrimento muito grande nas pessoas, com uma voz sempre positiva, do progresso, do desenvolvimento, um Brasil novo. Achamos aquilo muito inquietante e num certo momento resolvemos pesquisar e quem sabe fazer um filme sobre Sobradinho.
Cláudio Marques: A Tereza, uma das personagens que está no filme, é uma tia distante. Tinha uns 20 anos que não encontrava com ela. Ela me ligou e disse: “Claudinho, eu soube que você trabalha com cinema, alguma coisa assim, é porque eu tenho uns filmes super 8 e eu gostaria de recuperar esses filmes”. Eu perguntei sobre o que era: “Fala a respeito de Sobradinho, eu trabalhei lá [como assistente social]”. Eu lembro que eu quase bati o carro, porque a gente estava muito debruçado sobre o tema. Nós fomos conversar com ela. Percebemos que tinha uma ferida não cicatrizada em Tereza. Ela falou das amigas, também foi uma espécie de juventude, de aventura para aquelas mulheres. E a gente propôs esse reencontro, voltarmos pra lá para ver o que a gente ia encontrar. Vamos ver o que essa viagem vai provocar nessas mulheres em termos de memória.
Marília Hughes: E nesse meio tempo a gente já tinha pesquisado também a história de Dona Pequenita e a gente sabia que ela estava morando lá, numa cidade solitária, numa cidade fantasma. A gente pensou em levar [as assistentes sociais] lá também como uma forma de ir mais fundo. Eu acho que o lugar, por si só, é muito forte. Ver essas ruínas, lembrar de toda essa história a partir de um espaço físico totalmente desconstruído pelo poder público, e aquelas mulheres foram agentes desse poder também. Achamos que era muito forte e a gente falou “vamos fazer e ver o que dá, o que vai sair desses encontros”. É um filme que tinha esse dispositivo: o encontro a partir do lugar onde as coisas aconteceram e dali falar desse passado. Contrapondo o passado com o presente, que é a ruína. Algo que, por erro de cálculo, foi a única cidade que não foi submersa totalmente pela barragem. De vez em quando partes [das cidades] de Casanova, de Remanso, reaparecem, mas Pilão não, ela se mantém acima do nível do rio.
((o))eco – Uma coisa que chamou muito a atenção no filme é esse embate entre o discurso oficial e o “chão”. Como é que foi para vocês? Que conclusão vocês chegaram vendo esse embate tão forte entre o discurso oficial da ditadura e conhecendo essas personagens e estando lá com elas?
Cláudio Marques: É uma história de muitas contradições, de muitos dilemas. Até mesmo nas personagens percebemos essas contradições. Elas têm pontos de vista distintos. É muito interessante que, a despeito do que eu e Marília achamos, tem uma riqueza de pensamentos, que são às vezes contraditórios, mas que emergem e que de alguma maneira trazem à tona o que aconteceu naquele momento.
Porque você tem o espírito daquele tempo, por exemplo: A novela Fogo sobre Terra [que tem trechos utilizados no filme] tem também os personagens que querem resistir [à construção da hidrelétrica]. Tem um embate, a Janete Clair [autora da novela], pelo que a gente leu, queria refletir o drama dos Sobradinhos, mas em determinado momento houve uma imposição do governo militar, que não queria que as pessoas se emocionassem com aquele drama, porque na verdade a matriz energética do país tinha sido escolhida e era uma matriz energética extremamente destrutiva, com a construção de muitas e grandes hidrelétricas pelo país. Estava rolando Sobradinho, mas estava rolando Itaipu também. E é um drama até hoje, a gente tem Belo Monte, estamos vendo as secas e o Bolsonaro pedindo para apagar uma luz pelo menos [Por causa do risco de apagão].
Tem uma suposta modernidade que veio como rolo compressor para a vida de centenas de milhares de pessoas no Brasil. Existia esse discurso de que tudo bem prejudicar algumas pessoas, mas era para o bem da nação. E a gente sabe que na verdade aquilo estava destruindo a nação por dentro. Existem todos esses pensamentos que de alguma maneira estão no filme que fizemos.
Agora, me parece que é muito difícil não se solidarizar com quem mais perdeu, que é justamente Pequenita, a grande personagem do filme. É uma mulher que parece que está perdida, mas ela tem tanta força, ela tem tamanha vitalidade. Ela tem uma potência tão grande que no filme na verdade ela domina completamente o ambiente.
((o))eco – Ela diz: “quem mora na beira do rio está tranquilo”…
Marília Hughes: É. É um ato de resistência dela esse retorno. Acho que a gente precisa também dar visibilidade aos atos de resistência, mesmo que individuais, solitários. De alguma maneira ela virou uma espécie de guardiã daquele lugar. Ela se colocou como uma pessoa capaz de falar sobre aquilo, alguém que viveu e que conhece. Isso é muito importante no documentário. E eu acho interessante também que talvez Pequenita seja a personagem que tem uma convicção muito grande de tudo, onde esse discurso que é contraditório não aparece.
Na verdade as assistentes sociais que foram mais longe no projeto [de realocação das comunidades], são as que mais tem ideias como “mas eram muito pobres”… é uma culpa cristã violentíssima. Mas ao mesmo tempo acreditam no projeto. A gente tentou situar que eram pessoas muito jovens, recém formadas, o governo foi muito perspicaz na escolha desses profissionais. As pessoas estavam eufóricas com seu primeiro emprego e viajar o Brasil, uma turma de jovens, fazer o bem para o Brasil, tirar a população da miséria, trazer energia e desenvolvimento. Imagina o discurso que embalou o sonho desses jovens? Quem percebeu isso mais rápido pulou fora, que é o caso da Tereza. Ela entendeu isso mais rápido e ela teve que sair. O ato de resistência dela é o cinema, é a imagem, registrar isso, não deixar essa memória morrer. Realmente foi uma pessoa que nos encantou por esse uso da imagem, do cineasta amador, que vai de uma maneira despretensiosa registrar e acaba produzindo um documento histórico. Eu acho legal que o filme traz essas perspectivas tão diversas sobre esse tema.
((o))eco – Teve uma frase do filme, que eu ouvi numa narração oficial do governo, que fala: “o assistente social transmite todo o know-how da bossa nova”…
Cláudio Marques: É incrível, a gente ficou quase sete anos negociando com a Chesf para obter o material de arquivo deles. Em algum momento a gente achou que não ia conseguir mais. Um dia chega o carteiro, bate na nossa casa e tinha um pacote que o remetente era a Chesf. Ali tinham duas décadas de cinejornais que eles mandaram pra gente. Então tinham todas essas preciosidades, essas cenas de cinejornais, aquela do caixão mesmo, tirando os restos mortais, que foi um drama. Eu acho que é um momento que dá pra sentir como aquelas terras eram toda a história da vida daquelas pessoas, das famílias, dos ancestrais. Eles não queriam ir embora de jeito nenhum. Tiveram comunidades inteiras que falaram: “nós só vamos embora se os restos mortais de nossos entes queridos forem também”.
Marília Hughes: É engraçado porque é um outro lugar de olhar a terra e o lugar onde se vive. Se a gente vai com o olhar da cidade grande só vê falta, miséria. Se você tentar se aproximar do olhar de quem vive é um outro olhar. Aqui é a terra dos meus avós, é a terra dos meus antepassados, nasci e me criei… uma relação com a terra totalmente enraizada, então é muito complicado esse olhar de fora sobre o outro sabe, e que embasa tantas violências.
((o))eco – É possível comparar Sobradinho e as obras que foram feitas na época da ditadura com o que aconteceu recentemente, por exemplo, as hidrelétricas do rio Madeira, de Belo Monte? O que a gente aprendeu ou o que a gente não aprendeu?
Cláudio Marques: Não aprendemos, velho. A gente está repetindo tudo, porque não tem respeito pela natureza, pelos ecossistemas, não tem respeito pelas pessoas, pelas comunidades, não tem respeito pelas histórias. A gente continua fazendo absolutamente tudo errado.
Foi muito interessante perceber que Sobradinho foi um drama, provocou muita comoção no Brasil. Era uma coisa que as pessoas discutiam e foi esquecido. Foi esquecido e não reverberou. E tudo continua acontecendo, como se 73 mil pessoas não tivessem sido forçadas a sair das suas casas, como se todos aqueles projetos das ecovilas… Eles deram errado. Não se criou as cidades do futuro que eles falaram.
Na verdade a gente está com uma matriz energética extremamente destrutiva. A gente parece um burro de carga com cabresto e falando: “Temos que seguir, temos que seguir”. Todos os dramas do passado não servem para absolutamente nada. Os dramas humanos, os dramas sociais como um todo… a gente continua perseguindo uma modernidade que é extremamente destrutiva e extremamente pouco saudável, tanto a nível individual como de sociedade.
((o))eco – Fazendo um contraponto aqui: é no contexto de Sobradinho, no contexto de Itaipu e das hidrelétricas da década de 70 e 80, que começa a se articular o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Vocês veem isso como uma herança de Sobradinho? Como que os movimentos sociais e essas experiências estão fazendo com que as pessoas questionem mais?
Cláudio Marques: Você tocou num ponto que é extremamente positivo, que as pessoas estão se organizando. Pelo o que eu acompanho, algumas indenizações conseguiram ser revistas, há uma luta de formiguinhas que é gigantesca. Por outro lado, eu continuo vendo uma grande impotência de nós como cidadãos e também dos movimentos sociais que são esmagados, muitas vezes por governos que se dizem de esquerda. Me lembro da questão de Belo Monte no Rio Xingu, os movimentos sociais bateram muito fortemente [no projeto], pediram para serem ouvidos pelo governo do PT em nível federal e eles não foram escutados. Na verdade, foi um trator que passou por cima.
Por um lado tenho uma admiração muito forte por todas essas pessoas que constituem o movimento. São muitas as perdas, inclusive eles estão sempre fazendo com que essas histórias não se percam, mas eu me sinto naquele 7 a 1 mesmo. Parece que é um gol, mas quando você vê, está sete do outro lado. A gente não conseguiu, pelo menos até agora, frear esse movimento que vai dar no abismo e que todos nós estamos indo juntos para o abismo.
Marília Hughes:O sonho é que o nosso voto deixe de ser um cheque em branco para os nossos representantes fazerem o que querem, porque depois que se elegem realmente esquecem que são representantes do povo e não donos do país. E é como eles agem: decidem que vai ter hidrelétricas e não escutam a população. Isso realmente é muito difícil, acho que o Brasil, a nossa democracia é muito frágil, ainda mais neste momento. É claro os movimentos sociais são fundamentais, tem que existir, mas é sempre uma luta imensa, com muitos desafios, mas temos que continuar.
((o))eco – A gente está vivendo uma crise hídrica sem precedentes. Esse modelo de matriz energética proposto fracassou?
Cláudio Marques: Eu acho que o modelo de sociedade que a gente vivencia hoje é inviável. A festa do capitalismo, que é para poucos no mundo todo, está destruindo o planeta. Pense que, de 7 bilhões de pessoas no mundo, tem 100 milhões que estão viajando de avião. Isso está destruindo o planeta. Essas 100 milhões de pessoas que se dão ao luxo de viajar, atravessar o Atlântico, estão destruindo o planeta. Somos nós, né, que estamos nessa festa do capitalismo. A gente participa de uma sociedade que é inviável a médio prazo. Então a questão energética é mais um componente disso. Isso vai ter que ser revisto porque é insustentável. Não tem como a sociedade continuar destruindo num ritmo tão acelerado o planeta.
Quando nós tínhamos vinte e poucos anos, a gente pensou que quando chegássemos aos 50/60 anos, teríamos uma sociedade mais razoável. Mas é uma sociedade extremamente infantilizada, que não coloca a questão ambiental como uma prioridade. Estamos acompanhando um suicídio da humanidade e a gente está de camarote assistindo a tudo isso.
((o))eco – Trazendo um pouco para Sobradinho, a hidrelétrica se justifica? Vocês viram os impactos sociais e ambientais, estudaram, pesquisaram. Isso se justifica hoje em dia?
Marília Hughes: É uma mudança tão profunda no modo de vida daquelas pessoas. As cidades que foram criadas elas já não tem uma relação direta com o Rio. As pessoas foram realocadas e perderam toda uma forma de vida, uma vida ribeirinha. É uma mudança muito profunda. Talvez as gerações mais novas, que já nasceram nesse outro contexto, elas já vivem uma outra realidade, mas a gente percebe essas feridas abertas em todos que vivenciaram o passado. É transformar pessoas ribeirinhas em sertanejas.
Eu gostaria que a gente estivesse investindo seriamente em modos limpos de produção de energia, outros modelos. A gente precisa realmente parar de fazer essas grandes intervenções no meio ambiente. Acho que a pandemia é uma prova muito clara de o quanto a gente está se matando fazendo isso.
Cláudio Marques: A hidrelétrica de Sobradinho faz parte de um projeto autoritário. A maneira como ele foi concebido, a falta de diálogo com a população, a falta de informação e a falta de opção para as pessoas. Tudo isso foi absolutamente lamentável. Nada pode justificar um processo desse.
Marília Hughes: As pessoas só foram comunicadas e muitas vezes enganadas.
Cláudio Marques: A vida de milhares de pessoas foi destruída. As vidas, os sonhos, o passado, o presente. As famílias se desintegraram.
Marília Hughes: E essas famílias não podem valer menos do que as que estão consumindo nas cidades.
Cláudio Marques: O Estado é autoritário. Não dá tempo suficiente para uma discussão honesta, para se refletir sobre os reais estragos que uma hidrelétrica produz, as mudanças que a hidrelétrica produz, não apenas na vida das pessoas mas em termos ecológicos também. Sobradinho não se justifica e nenhuma hidrelétrica nova se justifica porque os processos fazem parte de um Estado essencialmente autoritário. Não é apenas o Estado que pertenceu aos militares dos anos 70, o Estado continua sendo autoritário.
A nossa sociedade é anacrônica, talvez como nunca na história, porque nunca se teve o desequilíbrio ambiental e social tão grande como agora. Por conta desse consumismo desenfreado que a gente tem de uma pequena minoria no planeta. Não sei se a gente vai conseguir recuperar um dia.
((o))eco – Eu queria ouvir um pouquinho da história de vocês com cinema e audiovisual. Como é que vocês começaram a se interessar por audiovisual por cinema até chegar nesse filme?
Marília Hughes: A gente se conheceu quando o Cláudio já trabalhava com crítica de cinema. Eu estava fazendo meu primeiro documentário, mas quando a gente começou não tinham escolas ou universidade de cinema na Bahia, então foi um processo muito autodidata. Foi também num momento que começou a ter mais política pública para o audiovisual, em 2002. Aí começaram a surgir mais projetos, mais editais. Teve essa política de descentralização dos recursos, tentando colocar cotas para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Enfim, fomos fazendo muitos projetos de filmes juntos e essa parceria já dura 18 anos. Então a gente vai se movimentando na área do cinema de várias formas, Sobradinho é o nosso quarto longa.
((o))eco – Como é que vocês creem que esse filme vai ser recebido pelo público e os debates que ele irá suscitar?
Marília Hughes: Eu tive experiências bem interessantes na Mostra de São Paulo. O filme foi visto por um grupo de Teatro de São Paulo que estava preparando justamente um trabalho sobre o tema de Sobradinho. Eu senti um impacto muito positivo no sentido de emocionar, de tocar, de mobilizar e de implicar as pessoas na questão.
Acho importante filmes como Sobradinho, no sentido de contar a nossa História. Nós estamos muito sem memória, não conhecemos muito a história, é uma dificuldade muito grande trabalhar com material de arquivo, sete anos negociando essas imagens. Então tem ali um material rico para a gente redescobrir, pra gente conhecer essa parte da história do Brasil. Então acho que tem ali um registro de memória e uma reflexão para o presente e para o futuro.
Acho que a nossa tarefa com o cineasta é essa: descobrir as histórias, contar, debater, conversar, alertar e refletir. E nos mover nesse sentido.
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O post “Brasil, matriz energética e a arte de transformar ribeirinhos em sertanejos” foi publicado em 1st September 2021 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte ((o))eco