Só fiquei sabendo de mais esse caso terrível hoje, pouco depois do almoço.
Patrícia Roberta Gomes da Silva, uma jovem de 22 anos, foi na sexta de Caruaru, Pernambuco, onde vivia, a João Pessoa, Paraíba (dá umas 3,5 horas de distância). Foi ver Jonathan, que conhecia havia dez anos. Haviam estudado juntos em Caruaru. Patrícia falou com sua mãe pelo celular no sábado (contou que o amigo havia deixado-a trancada) e no domingo (disse que só queria retornar para casa, e que Jonathan tinha comprado passagens de volta).
E aí Patrícia desapareceu. A mãe não conseguiu mais falar com ela. Extremamente preocupados, ela, o marido e outros familiares foram até João Pessoa. Descobriram o prédio em que Jonathan morava e conseguiram acionar a polícia e a imprensa. Todos estavam à procura de Patrícia — e também de Jonathan, único suspeito pelo desaparecimento da jovem.
Na madrugada de segunda para terça, vizinhos viram Jonathan sair do prédio com um carrinho de mão. Um deles o seguiu, e relatou à polícia ter visto um corpo num tonel de lixo. Imagens mostram o rapaz saindo de motocicleta com algo que parece ser um corpo no veículo. Vizinhos e familiares de Patrícia prestaram depoimento da Delegacia de Homicídios. O pai de Jonathan também apareceu e entrou numa discussão com os pais de Patrícia que, desesperados, continuavam as buscas pela filha.
Sem se apresentar à polícia, Jonathan escreveu em suas redes sociais: “Postei que estava sem wpp, não desapareci. Soube esta manhã que Patricia não havia retornado a Caruaru, entrei em contato e conversei com a mãe dela e segundo ela iram [sic] acionar a polícia e vir a João Pessoa, me coloquei a disposição para ajudar no que for necessário. Nunca pensei ter que fazer esse tipo de publicação no meu FB, aos amigos reocupados [sic] e os demais que estão a me condenar em comentários até então está [sic] é a conclusão de tudo”.
A “conclusão de tudo” foi que o corpo de Patrícia foi encontrado numa mata de João Pessoa agora à tarde, e que Jonathan está foragido, embora esteja com prisão preventiva decretada. O carrinho de mão e roupas que parecem ser de Patrícia também foram encontradas.
Tudo indica ter sido mais um feminicídio por motivo fútil (qual feminicídio não é por motivo fútil?), mas há indícios que chamam a atenção.
No apartamento de Jonathan a polícia encontrou, além de fronhas de travesseiro e roupas com o que pode ser sangue e sêmen, uma lista com nomes de mulheres, um altar com livros de ocultismo, e mostras de que ele acessava fóruns na Deep Web.
Uma perita revelou ter lido “escritos perturbadores” como “À noite eu saio pra matar” e “Eu sou um cara mau e você é uma garota boa”.
Segundo minha amiga jornalista Taty Valéria , responsável pelo site feminista Paraíba Feminina , o suspeito se chama Jonathan Henrique G. dos Santos e se apresenta como Nathaw Santt nas redes sociais. Descrito por conhecidos como um “jovem estranho”, ele, que antes morava com a avó e o pai, tem uma filha pequena e uma namorada grávida de 5 meses. Uma fonte de Taty conta que a namorada estaria tentando assumir a culpa pelos livros e escritos. Nas redes sociais, suas postagens são violentas e misóginas.
No Twitter, mulheres acostumadas a crimes e massacres cometidos por mascus já avisaram que Jonathan cabe no perfil. Qualquer informação pelo paradeiro do principal e único suspeito pela morte de Patrícia pode ser passada à polícia pelo 190 ou 197.
O post “PATRICIA, 22 ANOS, MORTA POR UM MASCU?” foi publicado em 27th April 2021 e pode ser visto originalmente na fonte Escreva Lola Escreva