De passado inglório, usado como arma química na primeira guerra mundial, o cloro ganhou rapidamente adeptos na área de Saneamento, vindo, em pouco tempo, a se consolidar como principal tecnologia usada para desinfecção em ETEs no século passado
Mas parece que seu reinado nunca esteve tão ameaçado como agora. Leis regulatórias cada vez mais exigentes, restrição crescente ao uso de produtos químicos, preocupação cada vez maior com a segurança, crescimento da automação com consequente redução de mão de obra na operação e a pressão cada vez maior por redução de custos tem levado empresas de saneamento a buscar alternativas mais eficientes que o centenário produto.
Países ricos e mais desenvolvidos, muitas vezes, são os primeiros a embarcar em novas tecnologias e acabam ditando tendências. Ano a ano a tecnologia UV tem crescido como alternativa de desinfecção em projetos de novas ETEs e também na reforma de estações de tratamento no mundo inteiro, mas em alguns continentes como América do Norte, a desinfecção de esgoto utilizando UV já é maioria, com mais de 50% das ETEs.
A tecnologia que por muito tempo ficou conhecida como uma novidade, agora dá sinais claro de que veio para ficar. Mas afinal, como funciona a desinfecção por UV?
A tecnologia ultravioleta , ao contrário do cloro, é um processo físico de desinfecção e acontece pela ação de raios ultravioleta gerados em comprimento de ondas que possuem efeitos germicida. Os raios ultravioletas, quando entram em contato com microrganismos presentes no esgoto, destroem as cadeias de DNA ou RNA desses microrganismos impedindo que eles se reproduzam, levando-os rapidamente a morte.
Por que a tecnologia UV tem ganhado cada vez mais adeptos nas empresas de saneamento?
1. Eficácia de Tratamento;
Com o passar do tempo foram sendo descobertos novos patógenos resistentes ao cloro e a outros produtos químicos. Cryptosporidium, Giardia, bactérias esporuladas são alguns exemplos de patógenos onde o cloro tem eficácia reduzida como agente desinfetante.
No caso dos sistemas UV , a radiação consegue chegar aonde o cloro não chega, desinfectando vírus, bactérias e protozoários mais complexos.
2. Simplicidade Operacional;
Sistemas de Desinfecção por UV operam de maneira automática, sem intervenção do operador, contando inclusive com modernos sistemas de limpeza automática.
Apesar do surgimento de novas técnicas de produção e dosagem de cloro como o “cloro in loco”, muitas dessas alternativas ainda demandam várias horas diárias da equipe de operação na preparação do produto, na contramão da tendência mundial de redução de operadores nas ETEs e redução de custos operacionais.
3. Responsabilidade Social e Ambiental;
O lançamento de cloro residual nos rios representa primeiramente um grande risco a fauna e flora aquática do local devido a toxidade do cloro, mas além disso, dependendo da caraterística do esgoto, o potencial de formação de novos composto nocivos à saúde humana – inclusive cancerígenos, é um risco real que tem assustado as companhias, cada vez mais pressionadas a tomar ações que demonstrem responsabilidade social e ambiental.
Já no caso dos sistemas ultravioleta, por se tratar de um processo físico, nada é adicionado a água e por consequência não há geração de subprodutos ou resíduos tóxicos na água.
LEIA TAMBÉM: DESINFECÇÃO POR UV MINIMIZA O POTENCIAL POLUIDOR DOS CONTAMINANTES EMERGENTES
4. Facilidade de Instalação;
Em países com altas taxas de cobertura em Saneamento, muitos projetos na área de Saneamento estão relacionados a modernizações ou ampliações de ETEs existentes. O fato dos sistemas UV poderem ser instalados no mesmo canal utilizado na desinfecção por cloro, facilita muito a conversão de sistemas. Em novos projetos, tipicamente, os sistemas UV ocupa de duas a cinco vezes menos espaço que um sistema de desinfecção por cloro, trazendo inúmeras vantagens aos projetistas.
5. Custo Total de Propriedade;
Um outro ponto fundamental que tem justificado a opção cada vez mais frequente pela tecnologia UV é o custo cada vez mais competitivo dado a expansão do uso da tecnologia globalmente. Em muitos projetos apenas o valor CAPEX dos sistemas UV já são mais baratos que a alternativa utilizando cloro, porém em muitos outros casos onde os valores iniciais ainda são maiores que o cloro, o custo total de propriedade (CAPEX + OPEX) apresenta-se menor.
6. Segurança;
A preocupação cada vez maior da sociedade com segurança e os potenciais prejuízos associados a ter o nome de uma empresa vinculado a um evento de explosão, como já ocorrido em várias instalações que utilizam cloro gás, faz com as empresas optem cada vez mais por tecnologias de desinfecção mais seguras. Os sistemas UV, ao contrário, possuem uma operação extremamente segura, oferendo baixo risco aos operadores e comunidade ao redor da estação de tratamento de esgoto.
Sobre a Hexis Científica
A Hexis faz parte da Plataforma de Qualidade da Água da Danaher. Temos como missão proteger o meio ambiente e pessoas, fornecendo soluções inovadoras que garantam aos nossos clientes análises precisas e confiáveis para superarem desafios que impactam nossa qualidade de vida.
Estamos presentes em todo o ciclo da água – Acesse o site – www.hexis.com.br para saber mais sobre as principais soluções em instrumentos e consumíveis para laboratório, processo e meio ambiente.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS: VEOLIA E SUEZ ANUNCIAM QUE CHEGARAM A UM ACORDO QUE PERMITE A FUSÃO DOS DOIS GRUPOS
ÚLTIMAS NOTÍCIAS: RAMBOLL APRESENTA SMART WATER – TECNOLOGIA TRAZ SOLUÇÕES INOVADORAS PARA INDÚSTRIAS
O post Mais da 50% das ETEs na America do Norte já utilizam Desinfecção por Ultravioleta. Será que o uso de Cloro no tratamento de esgotos está fadado à extinção? apareceu primeiro em Tratamento de Água .
Fonte
O post “Mais da 50% das ETEs na America do Norte já utilizam Desinfecção por Ultravioleta. Será que o uso de Cloro no tratamento de esgotos está fadado à extinção?” foi publicado em 13th April 2021 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte Tratamento de Água