Maringá, no Paraná, tem apenas duas vereadoras, a professora Ana Lúcia (PDT) e Cristianne da Costa Lauer (PSC). Depois de quatro anos sem mulheres, a Câmara Municipal agora conta com duas. Em 73 anos de história, Maringá teve apenas 13 vereadoras.
Ana Lúcia, professora universitária do departamento de Ciências Sociais, recém-aposentada depois de 32 anos na Universidade Estadual de Maringá (UEM), está sendo atacada por questionar o tratamento precoce (com cloroquina, medicamento que comprovadamente não funciona para evitar covid) num plano de saúde de sua cidade. “Tenho a obrigação institucional de fiscalizar as ações para que nenhum maringaense possa ser prejudicado”, escreveu ela ao secretário de saúde.
No dia seguinte a esse pedido de esclarecimento ter chegado à promotoria pública, o ofício já circulava nas redes sociais, junto com um comentário ofensivo — o primeiro de muitos. Uma espécie de “gabinete do ódio interiorano” foi acionada, despejando inúmeras agressões contra a vereadora.
Num vídeo Ana Lúcia denunciou algumas das ofensas e ameaças que recebeu de negacionistas (não precisamos nem dizer que a enorme maioria dos negacionistas são bolsonaristas, e vice-versa).
Os ataques pioraram quando, no dia 18 de março, o jornalista Alexandre Garcia revoltou-se com a atitude da vereadora. Sem citar seu nome, e obviamente sem mencionar que ivermectina (usado para tratar vermes) — que faz parte do kit enganoso — não é recomendado contra covid, o ex-portavoz da ditadura repetiu no seu instagram a fake news de que existe tratamento precoce eficaz para o vírus.
Ana Lúcia foi atacada por mais de duas semanas, o que gerou apoio de várias entidades. Eu também quero expor aqui minha sororidade a ela. É impressionante que uma vereadora seja xingada ao tentar fazer o seu trabalho.
O post “VEREADORA EM MARINGÁ É ATACADA POR QUESTIONAR KIT COVID” foi publicado em 9th abril 2021 e pode ser visto originalmente na fonte Escreva Lola Escreva