Em sessão pública realizada na terça-feira (23) de tarde, o governo de São Paulo anunciou o vencedor do processo de concessão do Zoológico e Jardim Botânico, localizados na capital paulista. Com uma proposta de R$111 milhões – valor 132% acima do lance mínimo – o Consórcio Reserva Paulista ganhou o direito de concessionária por 30 anos nas duas áreas, que são anexas ao Parque Estadual Fontes do Ipiranga. A unidade de conservação segue sob gestão do governo estadual. Com a licitação, a empresa passa a ser responsável pelas atividades de manejo, educação ambiental, promoção e apoio à pesquisa, infraestrutura e visitação tanto no Zoo quanto no Jardim Botânico.
O valor total do contrato único, para as duas unidades, é de R$417,5 milhões, sendo R$263 milhões de investimento mínimo e R$180 milhões nos primeiros cinco anos. A concessionária ganha o direito de cobrar ingressos dos visitantes, tanto do Zoo quanto do Jardim Botânico, e de gerar receita através de serviços e produtos ofertados nas áreas.
O leilão, cujo lance mínimo era R$48 milhões, teve outra proposta, feita pelo Consórcio Cataratas do Iguaçu SA, no valor de R$82 milhões.
No Zoológico, a expectativa é que a concessionária promova mudanças na infraestrutura, com recintos mais modernos e integrados para os animais. As pesquisas e iniciativas de conservação de espécies ameaçadas de extinção, como a reprodução em cativeiro, continuarão sob responsabilidade do governo estadual durante a concessão, mas os termos do edital não esclarecem se a responsável será a própria Fundação Parque Zoológico de São Paulo – que era a responsável pelo Zoo e apesar da concessão não foi extinta – ou outro setor do governo.
Já no Jardim Botânico, o projeto prevê o aumento de visitação e a implementação de programas de educação ambiental, além de novos espaços de lazer, alimentação e acessibilidade. O Jardim recebe em média 130 mil visitantes por ano, bem menos do que o Zoo, que registra cerca de 1 milhão de pessoas anualmente.
“A concessão trará muitos benefícios. O atendimento aos visitantes ficará ainda melhor com os investimentos que serão feitos tanto no Zoológico quanto no Jardim Botânico e o governo, por sua vez, vai focar seus recursos e esforços nas pesquisas e proteção à biodiversidade, que continuarão com o estado”, diz o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) do Estado de São Paulo, Marcos Penido.
De acordo com a SIMA, a concessão também irá “desonerar o Estado para que possa investir em áreas prioritárias como saúde, educação e segurança, especialmente neste momento de pandemia” e lembra, em nota enviada ao ((o))eco, que “a fiscalização ambiental, a pesquisa e os projetos de conservação de fauna ameaçada de extinção continuam sob responsabilidade do Estado”.
A Secretaria esclarece ainda que todos os pesquisadores científicos seguirão vinculados ao Estado e a concessionária será responsável pelos serviços terceirizados como limpeza e segurança.
“Além dos prédios e recintos, a concessão prevê uma série de investimentos no bem-estar e monitoramento de indicadores de desempenho da saúde dos animais”. A nota da SIMA reforça que entre as obrigatoriedades do contrato estão atividades de educação ambiental, que inclui acesso aos espaços, roteiro autoguiado, visitas monitoradas e atendimento a grupos escolares, além de outras obrigações como passagens de fauna [para o Parque Estadual Fontes do Ipiranga] e a gestão de resíduos sólidos.
O diretor-presidente do Instituto Semeia, Fernando Pieroni, especialista em concessões e parcerias público-privadas, reforça que a licitação é um passo importante para o estado avançar em seu programa de parcerias, que envolve também parques urbanos e unidades de conservação. Ele aponta ainda que o projeto de concessão do Zoo e Jardim Botânico prevê, além de novos investimentos para melhoria de serviços, “aportes que irão ajudar ainda mais nas ações de conservação e manutenção da biodiversidade existente nesses espaços”.
O consórcio Reserva Paulista, vencedor da licitação, é composto pelas empresas Turita Holding, Livepark Entretenimento e Participações, Oceanic Atrativos Turísticos, Egypt Engenharia e Participações, Era Técnica Engenharia Construções e Serviços e Pavienge Terraplanagem e Pavimentação.
Todas elas são players com focos diversificados dentro do setor de construção e engenharia, com exceção da Oceanic Atrativos, que é a atual proprietária de um aquário (Oceanic Aquarium) no município de Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
A próxima etapa para homologação da concessão é a análise das documentações da empresa ganhadora do leilão. O resultado da análise será divulgado no dia 27 de fevereiro.
Leia também
Concessão de parques estaduais em São Paulo vai para consulta pública
Manifesto defende manutenção da Fundação Parque Zoológico de São Paulo
Em risco de ser extinta, Fundação Zoo SP tem papel importante para conservação
O post Por R$111 milhões, consórcio ganha concessão de Jardim Botânico e Zoo de SP apareceu primeiro em ((o))eco .
Fonte
O post “Por R$111 milhões, consórcio ganha concessão de Jardim Botânico e Zoo de SP” foi publicado em 24th February 2021 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte ((o))eco