Ao longo do desenvolvimento do meu Trabalho de Conclusão de Curso na graduação de Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP, explorei o conceito de economia comportamental e o comportamento de consumidores relativo a consumo conspícuo (tema abordado por Veblen).
Dentro deste contexto, tive contato com os trabalhos de Tvserky, Kahneman, Simon, Thaler e da grande Vera Rita de Mello Ferreira (https://www.linkedin.com/in/vera-rita-de-mello-ferreira-b7526725/ ). Recentemente retomei as leituras sobre o tema, principalmente após Richard Thaler ser laureado com o Nobel de Economia em 2017 por seu trabalho sobre “Nudge”, que pode ser resumido como “uma abordagem que guia as pessoas a tomarem certas decisões, ou fazerem determinadas escolhas, ao influenciar seus comportamentos” (https://www.wegov.net.br/economia-comportamental-e-nudges/ ).
Através destas leituras e o resgate dos temas acadêmicas que era mais afeto ao longo da graduação, somando-se o fato da minha atual ocupação como agente público planejador e executor de políticas públicas ambientais, venho buscando me aprofundar em como as ferramentas da economia comportamental podem auxiliar o desenho – ou arquitetura de escolha – das políticas públicas ambientais a nível municipal/local.
Em um artigo sobre insights comportamentais, Filho e Paiva (https://ipcig.org/pub/port/PRB60PT_Insights_comportamentais_politicas_de_superacao_da_pobreza.pdf ) apresentam uma contextualização voltada a políticas públicas pautadas na redução da pobreza, que pode ser muito bem aplicada a políticas públicas ambientais, uma vez que as pessoas em vulnerabilidade social são as principais afetadas pelos problemas ambientais e sanitários nas cidades brasileiras (como o saneamento, doenças como a dengue, insegurança alimentar, etc).
Subsidiados pelos autores citados no segundo parágrafo, entre outros, Filho e Paiva concluem que é necessário levar em consideração as restrições cognitivas do público-alvo das políticas públicas específicas, afetando a racionalidade dos indivíduos, que possui grande nível de prejuízos por conta da situação permanente de escassez que estas pessoas sofrem em seu dia a dia.
Este texto tem como objetivo apenas “trazer à mesa” a necessidade de novas abordagens para a elaboração e a execução de políticas públicas ambientais, considerando que o público-alvo destas políticas são pessoas que possuem restrições comportamentais das mais diversas naturezas, considerando que a racionalidade na maximização nas tomadas de decisões trazidas pelas teorias econômicas clássicas não se aplicam no mundo real, no qual as pessoas possuem preocupações e restrições de acesso à informação que não as permitem agir como o homo economicus da economia clássica.
Devemos considerar a real necessidade das pessoas envolvidas como agentes ativos na implementação das políticas públicas ambientais, mantendo a simplicidade em sua formulação e execução, de maneira a permitir que as escolhas tomadas pelo público-alvo maximize os recursos empregados em prol dos objetivos definidos na formulação destas políticas públicas, garantindo a preservação/conservação da natureza e o bem-estar da população.
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