“Com a reabertura de muitos prédios, nos deparamos com outra preocupação de saúde pública: um aumento da Legionella, comum nestas condições e que pode causar a legionelose”
Afim de controlar a expansão do COVID-19 e limitar seus danos, desde abril, houve o fechamento de hotéis, resorts, parques de campismo, piscinas, escritórios e outros edifícios em todo o mundo.
Durante o desligamento, muitos desses sistemas de água sofreram vazão baixa ou nula, perda de cloro residual livre e tiveram temperaturas de água elevadas. Com a reabertura de muitos prédios, nos deparamos com outra preocupação de saúde pública: um aumento da Legionella, comum nestas condições e que pode causar a legionelose.
Legionelose é um termo utilizado pra indicar infecção devido as bactérias do gênero legionella e sua gravidade varia entre febre leve ou até uma pneumonia aguda. As pessoas mais vulneráveis à doença são idosos, pessoas com doenças respiratórias pré-existentes, doenças renais e fumantes. A contaminação ocorre porque essa bactéria cresce em locais como sistemas de abastecimento de água e de ar condicionado, o que favorece a sua disseminação, principalmente pela formação de aerossóis.
A água é o principal reservatório natural da legionella, e esses ambientes podem ser naturais como rios, lagos, lençóis freáticos e etc, ou ambientes artificiais como torres de resfriamento, sistema de água em hotéis, residências, navios e fabricas, etc. Para evitar o seu aumento, existem várias ações que devem tomar neste momento em que as atividades estão retornando.
Geralmente a água recebida da concessionária de água local contém um agente desinfectante, onde o mesmo limita o crescimento biológico nas tubulações de distribuição e também nos prédios. Em edifícios com baixa utilização de água por conta da falta de fluxo de pessoas nesta época de pandemia, ou torres de resfriamento usadas para conforto ou resfriamento de processos, o agente desinfetante será perdido, por isso a preocupação com uma amplificação de bactérias. Trazer estes agentes desinfetantes novamente para os prédios será um passo importante para reduzir a probabilidade de um surto de legionellas.
Em 21 de abril, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), escritório regional da Organização Mundial da Saúde, publicou as diretrizes “Controle da legionella em edifícios ou espaços reaproveitados. Covid-19: preparação e controle”. O documento traz os perigos de legionella e algumas medidas mitigadoras para reduzir o risco.
As ações de tratamento recomendadas nas diretrizes da OPAS incluem:
- Drene os tanques de água quente, remova os sedimentos e as incrustações e desinfete com solução de cloro a 20ppm;
- Remova todos os chuveiros e arejadores da torneira, remova a incrustação, limpe e desinfete em solução de cloro a 0,01%;
- Assegurar a cloração contínua (hipoclorito de sódio) de pelo menos 0,5mg/L de cloro residual livre (em hospitais e/ou outros centros de saúde) no ponto mais distante de fornecimento. No caso de infecção por legionella no passado do hospital, ou em muitos becos de sem saída no sistema de água, é aconselhável um residual de 1,0 mg/L de cloro. Cloradores em linha serão necessários para manter 0,5-1,0 mg/L de cloro residual.
Há também indicações para banheiras e hidromassagem:
- Remover o lodo e o biofilme da tubulação por gotejamento de pressão ou super cloração semanal e repetir semanalmente;
- Manter o cloro residual livre de 2,0 – 4,0ppm e verificar de manhã, meio-dia e a noite.
Somado a este fato, vale ressaltar a publicação da a nova norma ABNT NBR 16824 que trata especificamente da Legionella colocando o Brasil na lista dos países que possuem uma norma específica para este importante tema.
Assim como indicado pela OPAS e na NBR 16824, a solução à base de cloro possui todo o poder oxidante do hipoclorito de sódio, com benefícios adicionais, incluindo a remoção de biofilme, que abriga a legionella. Uma das possibilidades é a geração in loco de um oxidante misto (MIOX) que pode ser eficaz na prevenção de um surto de legionelose.
A Solução oxidante mista é um tipo de desinfetante usado para esterilizar e eliminar microrganismos patogênicos na água. O uso de solução oxidante mista para desinfeção de água, em comparação com outros métodos, como hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio, gás cloro e ozonização tem vários benefícios, como maior poder de desinfetante, cloro residual estável na água, eliminação do biofilme e segurança.
O MIOX consiste em um sistema de fabricação local de oxidante misto por meio da eletrólise de uma salmoura. Em outras palavras, mistura de sal, água e energia elétrica, resultando-se nas seguintes reações químicas abaixo.
Reações em qualquer sistema de geração de hipoclorito:
Reação adicional no MIOX:
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Na Europa, vários países estão escrevendo diretrizes semelhantes às diretrizes da OPAS. Em 4 de junho, por exemplo, o Instituto Italiano de Saúde (IIS) publicou as “Indicações para piscinas em relação à propagação do novo corona vírus” (relatório 37/2020). Semelhante às diretrizes da OPAS, a IIS recomenda manter uma quantidade de cloro ativo livre contínuo na piscina com um valor entre 1 e 1,5 mg/L. Também indica a necessidade de higienizar superfícies, incluindo as de sistemas de ventilação e ar condicionado e áreas internas. Os tratamentos recomendados para o controle da legionella incluem tratamento de choque térmico ou hiper cloração de choque com hipoclorito de sódio.
À medida que o mundo acorda lentamente após uma pandemia, as autoridades mundiais de saúde e as comunidades locais certamente continuarão emitindo diretrizes e recomendações para evitar surtos de legionelose causados por sistemas de água adormecidos. A última coisa que precisamos ao retornarmos a uma aparente normalidade, é mais uma crise global.
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O post “Com o retorno das atividades, a legionella se torna uma nova ameaça” foi publicado em 7th July 2020 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte