Você sabia que existem 49,5 milhões de crianças menores de cinco anos afetadas por baixo peso para sua estatura (conhecido como wasting) no mundo? E que, ao mesmo tempo, aproximadamente 40 milhões de crianças na mesma faixa etária estão com sobrepeso?
Esse paradoxo entre crianças desnutridas e com sobrepeso em uma mesma comunidade é conhecido como múltipla carga da má nutrição – ou seja, a coexistência de deficiências de micronutrientes e desnutrição, combinado com sobrepeso e obesidade.
Esses problemas, além de influenciarem negativamente a saúde e a qualidade de vida das pessoas, estão também ligados a uma série de doenças, além de trazerem consequências sociais e econômicas para as famílias e comunidades em que essas crianças se inserem.
Com isso em mente, o WFP Brasil – Centro de Excelência contra a Fome, a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério de Relações Exteriores (ABC/MRE) e o Ministério da Saúde, por meio da Coordenadoria de Alimentação e Nutrição do Departamento de Promoção da Saúde (CGAN/MS), iniciaram oficialmente a sua nova parceria por meio do Projeto de Cooperação Sul-Sul para o Enfrentamento da Múltipla Carga de Má Nutrição em Escolares.
O projeto prevê a colaboração das três instituições, e outras que serão definidas ao longo da jornada, na produção de evidências e troca de experiências exitosas entre o Brasil e outros países que também enfrentam o problema.
A parceria, que tem duração de dois anos, é dividida em dois grandes eixos: fortalecimento do espaço de cooperação Sul-Sul e apoio às ações da Década de Ação para Nutrição das Nações Unidas, que vai até 2025.
A década de Ação contempla atividades de fortalecimento da nutrição em diferentes setores, contemplando principalmente três dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): ODS 2 (erradicar a fome), ODS 3 (saúde e bem-estar) e ODS 17 (parcerias e meios de implementação).
O público-alvo do projeto serão as crianças de 5 a 10 anos de idade. Entre os produtos previstos estão o desenvolvimento de materiais educativos para o público infantil e materiais de apoio e capacitação para gestores.
Outras ações também incluem elaboração de análises comparativas para criação de evidências sobre a múltipla carga da má nutrição e obesidade no público alvo dos países envolvidos, além do fortalecimento de redes de conhecimento e participação em seminários nacionais e internacionais sobre o tema.
WFP participa de reunião técnica com ONG no semiárido nordestino
Também em fevereiro (12 e 13), o WFP Brasil participou , de reunião técnica e cerimônia de assinatura de contrato de compras de pluma de algodão da safra 2020 das famílias assessoradas pela ONG Diaconia, no Recife.
O projeto da Diaconia nos sete territórios do Semiárido Nordestino é uma das boas práticas selecionadas pela parceria firmada entre o WFP Brasil e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) para cooperação Sul-Sul trilateral com países africanos.
No primeiro dia do evento, o WFP Brasil acompanhou atividades de planejamento com produtores locais. Na ocasião, eles avaliaram a safra 2019 e prepararam a estrutura de trabalho para a safra 2020.
Para o WFP Brasil, a participação nesse momento do projeto foi importante para entender a dinâmica de produção e comercialização do algodão e outros produtos em consórcio. Essas informações vão ajudar a estruturar a agenda de trabalho das boas práticas, que servirão de inspiração para outros países.
No segundo dia do evento, o WFP Brasil apresentou o projeto de cooperação Além do Algodão e também participou da assinatura do contrato de venda do algodão para parceiros. Também houve reunião técnica para definir o plano de trabalho de 2020, que inclui, entre outras ações, a divulgação de boas práticas observadas na região para países na África e capacitação de atores locais.
Albaneide Peixinho, coordenadora do Projeto Além do Algodão do WFP Brasil, disse que a expectativa é começar a difundir as experiências brasileiras ainda em 2020.
“As boas práticas que observamos no semiárido nordestino, juntamente com experiências no norte de Minas Gerais com agricultores no cultivo de algodão convencional sustentável, vão compor a base de referência para cooperação Sul-Sul na África, mostrando as oportunidades que podem surgir a partir do cultivo sustentável do algodão em modelo de agricultura familiar”, disse Albaneide.
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