A Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realizaram na quinta e na sexta-feira (6 e 7), no Rio de Janeiro (RJ), um treinamento para nove países sobre diagnóstico laboratorial do novo coronavírus (2019-nCoV).
Participaram da capacitação especialistas de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
Durante a atividade, os participantes fizeram um exercício prático de detecção molecular do 2019-nCoV e receberam materiais essenciais para diagnóstico (primers e controles positivos), além de revisarem e discutirem as principais evidências e protocolos disponíveis.
A representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross, afirmou que esse tipo de treinamento é fundamental para que os países da região da Américas estejam atualizados para poder fazer o diagnóstico precoce do 2019-nCoV, de maneira uniforme e seguindo os protocolos da OMS.
“Em um mundo globalizado, como nós temos, as doenças não ficam em um país. Por isso, a resposta precisa ser compartilhada. Assim, podemos responder mais rápido, com mais força e proteger toda a população das Américas”, afirmou.
Jairo Mendez, assessor regional para Doenças Virais da OPAS/OMS, também ressaltou a importância do trabalho conjunto para evitar a transmissão do novo coronavírus. “O que estamos fazendo aqui é um bom exemplo de como se responde a emergências. Estando juntos, podemos dar uma resposta mais eficaz.”
Segundo a presidente da FIOCRUZ, Nísia Trindade, o treinamento servirá não apenas como parte da resposta ao novo coronavírus, mas uma possibilidade de trabalho estreito em outras áreas da vigilância. “Queremos continuar a fazer uma cooperação estruturante, em que não há doador-recebedor, mas que se constrói conhecimento de forma conjunta, troca-se experiência.”
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, Wanderson Oliveira, disse que o setor de vigilância do país tem demonstrado capacidade e passado tranquilidade para a sociedade brasileira.
“Não temos nenhum caso confirmado (de 2019-nCoV) até o momento no Brasil, mas isso não quer dizer nada. Nós teremos casos (importados). E isso não vai ser nenhum problema, porque nós temos capacidade para detectar, monitorar e responder oportunamente aos casos”, destacou.
América Central e Caribe
Na próxima semana, a OPAS organizará na Cidade do México um treinamento nos mesmos moldes deste que foi realizado no Brasil. A atividade será feita em conjunto com o Ministério da Saúde do México e o Instituto de Diagnóstico e Referência Epidemiológica (InDRE).
Foram convidados para esta edição especialistas de todos os países da América Central (exceto o Panamá, que já fez a capacitação no Brasil), de Cuba e da República Dominicana. A Organização Pan-Americana da Saúde também tem promovido capacitações para implementação do diagnóstico laboratorial do 2019-nCoV no Caribe.
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