A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) , Carissa Etienne, instou na sexta-feira (24) os países da região das Américas a estarem preparados para detectar, isolar e cuidar precocemente de pacientes infectados com o novo coronavírus, dada a possibilidade de receberem viajantes de países onde há transmissão do vírus.
“Os serviços de saúde têm que estar preparados, pois provavelmente serão o ponto de entrada onde casos do novo coronavírus serão detectados, como aconteceu em epidemias anteriores”, afirmou Etienne. “A OPAS está pronta para apoiá-los. A detecção precoce de casos pode impedir a propagação da doença”, disse a diretora durante uma sessão de informações para embaixadores na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, Estados Unidos.
Mais de 2,7 mil casos foram confirmados na China, e 80 pessoas morreram, incluindo um médico de 62 anos em um hospital em Wuhan que contraiu o vírus de um paciente, de acordo com a imprensa internacional.
Por esse motivo, Etienne enfatizou a importância de informar e capacitar trabalhadores de saúde na região das Américas e promover entre eles o uso de equipamentos de prevenção de infecções para protegê-los de qualquer doença.
A diretora da OPAS mencionou que a Organização ativou seu sistema de manejo de incidentes, já que desde o início de janeiro tem compartilhado informações com os Ministérios da Saúde por meio dos canais do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) e de seus representantes nos países. Etienne também manifestou que continuará atualizando informações sobre o que os países podem fazer para responder de forma efetiva a este novo vírus, ainda cercado de incertezas.
Nos dias 22 e 23 de janeiro, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convocou o Comitê de Emergência para avaliar se o surto na China constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional. O diretor-geral da OMS decidiu não declarar uma emergência de saúde pública no momento. No entanto, disse que se trata de uma emergência na China e que o surto representa um alto risco em níveis regional e global.
“O fato de a OMS não ter declarado emergência não significa que não estamos enfrentando um grande desafio na saúde pública”, alegou o vice-diretor da OPAS, Jarbas Barbosa. “Com a globalização e as viagens internacionais, não é inesperado que os países da Região possam receber pessoas com o vírus”, disse, esclarecendo que “ter um caso importado não é o mesmo que ter transmissão local ou sustentada em um país”.
O diretor do Departamento de Emergências da OPAS, Ciro Ugarte, enfatizou que a vigilância epidemiológica para a detecção precoce de casos, bem como o manejo de pacientes com equipamentos de proteção adequados, podem limitar a transmissão de pessoa para pessoa, reduzir a possibilidade de que casos secundários ocorram e impedem a propagação da doença.
“A natureza do 2019-nCoV é muito semelhante à da gripe e os sintomas são semelhantes aos da SARS (síndrome respiratória aguda grave): febre, tosse, falta de ar e pneumonia”, disse Ugarte. Ele acrescentou que o tratamento para o novo coronavírus ainda é desconhecido e que não há vacina disponível.
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